Subiu para 164 o número de pessoas com a infecção do novo coronavírus em Moçambique, com o diagnóstico positivo de mais dois casos, sendo um na província de Inhambane e outro na cidade de Maputo.

Os dois cidadãos diagnosticados com a doença, um do sexo feminino e outro masculino, são assintomáticos e se encontram em isolamento domiciliar, segundo explicou o ministro da Saúde, Armindo Tiago, na habitual Conferência de Imprensa de actualização de dados sobre a COVID-19 em Moçambique.

Estes casos saíram de um lote de 417 amostras colhidas em sete províncias e testadas nas últimas 24 horas no laboratório do Instituto Nacional de Saúde, em Marracuene.

Do total de testados nas últimas 24 horas, 86 são provenientes da província de Tete, 11 de Manica, 23 de Sofala, 33 de Inhambane, 2 de Gaza, 20 da Província de Maputo e 242 da Cidade de Maputo.

Neste momento, o país conta com um total de 164 casos de Covid-19 notificados, dos quais 48 encontram totalmente recuperados.

Governo moçambicano desaconselha uso de túneis de desinfecção

Introduzidos pela primeira vez na China, país onde foi diagnosticado o primeiro caso do Novo Coronavírus (COVID-19) e replicados em vários outros países flagelados pela pandemia, os túneis de desinfecção de pessoas começavam a ganhar corpo em Moçambique, tendo sido instalados por iniciativa de instituições e singulares, em diversos espaços públicos, repartições público e privadas, um pouco por todas as províncias do país.

Se por um lado havia quem aprovasse a sua utilização como meio de prevenção da COVID-19, por outro, havia várias correntes, incluindo as ligadas ao sector de saúde, em todo mundo, que colocavam em causa a sua eficácia no combate à doença.

Tal situação obrigou que muitos países recuassem no uso daquelas estruturas (câmaras, cabinas e túneis) para desinfecção de pessoas.

Esta Sexta-feira, 22 de Maio, foi a vez de Moçambique. O Ministro da Saúde desaconselhou o uso de túneis no país. Armindo Tiago disse não haver evidências científicas sobre a utilização de estruturas como câmaras, cabines e túneis para desinfecção de pessoas com eficácia preventiva contra a doença.

 

O Ministro reconheceu que as iniciativas foram adoptadas com a melhor das intenções para ajudar a combater a pandemia no nosso país, mas referiu que novos conhecimentos alcançados pela comunidade científica internacional obrigaram a rever a eficácia e a segurança destes túneis na prevenção da COVID 19.
 
Tratando-se de uma doença nova, os conhecimentos e práticas relativos à sua contenção e combate estão em constante revisão e ajustamento. Este é um processo normal quando se está perante uma doença nova”, disse, argumentando que a Organização Mundial de Saúde concluiu, recentemente, que a aplicação de desinfectantes no corpo humano não protege contra a COVID-19 e pode causar danos.

As substâncias químicas usadas nestes túneis podem causar danos na pele, nos olhos e nas vias respiratórias. Outros organismos reguladores de saúde, na Europa e nos Estados Unidos da América, também chegaram à mesma conclusão.
 
Essas autoridades internacionais foram unânimes em considerar que a aplicação de spray desinfectante sobre o corpo não tem nenhum efeito sobre o vírus que se encontra no interior do organismo. As pessoas não infectadas não ficam protegidas. E as pessoas infectadas continuam a transmitir o coronavírus, mesmo depois de passarem por um túnel de desinfecção”, acrescentou Armindo Tiago.
 
Em Moçambique, a Comissão Técnico Científica que presta assessoria ao governo no combate ao novo coronavírus, após a avaliação dos novos conhecimentos científicos, também não recomenda o uso de túneis de desinfecção ou outros mecanismos de pulverização humana usando agentes químicos como forma de prevenção da COVID-19.
 
A Comissão Técnico Científica recomenda que seja abandonada em Moçambique a utilização dos túneis de desinfecção de pessoas, e apela para que a boa vontade e os esforços dos promotores e apoiantes destes meios sejam reorientados para o suporte de outras formas de intervenção que sejam eficazes e isentas de riscos”, concluiu. 

 

Informação detalhada no comunicado em anexo.

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