Em conferência de imprensa bastante concorrida, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou na tarde de ontem, 14 de Abril, o arranque, na próxima segunda-feira, 19 e em todo o país, da II Fase do processo de vacinação da população moçambicana contra a COVID-19.

Segundo fez saber Benigna Matsinhe, Directora Nacional Adjunta de Saúde Público, que se fazia acompanhar pelo Director Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samu Gudo, a 2ª Fase de vacinação vai decorrer em duas doses e o MISAU espera vacinar um total de 216.771 pessoas, entre Estudantes finalistas de cursos de formação em Saúde; Doentes diabéticos não abrangidos na primeira fase com idade superior a 60 anos; Doentes em terapia imunossupressora; Doentes com insuficiência renal crónica em hemodiálise ou na lista de espera; Doentes com insuficiência respiratória crónica; Doentes com insuficiência cardíaca crónica; População residente em centros de acomodação; Reclusos e funcionários prisionais; Polícias com idade superior a 50 anos e; Professores do ensino primário com idade superior a 50 anos.
 
Para este processo, referiu ainda Benigna Matsinhe, serão constituídas 313 equipas compostas por 2.643 técnicos que vão administrar a vacina nas Unidades Sanitárias das Sedes Distritais, Centros de Acomodação e Centros Penitenciários.
 
No que concerne às especificidades da vacina, Benigna Matsinhe referiu que a que será administrada na segunda fase é a vacina Covishield, que Moçambique recebeu em Março último, através do mecanismo COVAX e de uma doação da Índia, num total de 484.000 doses. A mesma é recomendada para indivíduos acima de 18 anos, incluíndo idosos com mais de 65 anos.
 
Relativamente às contraindicações, Benigna Matsinhe referiu que a vacina Covishield é desaconselhada a Gestantes, puérperas (mulheres que acabam de dar a luz) ou lactantes (que estejam a amamentar) e; Pessoas severamente imunocomprometidas, que podem ter uma resposta imunitária diminuída à vacina.
 
Quanto às precauções, Benigna Matsinhe alertou que a vacinação de pessoas que tenham uma doença febril aguda severa (temperatura corporal superior a 38,5 °C) deve ser adiada até estarem sem febre, assim como deve ser adiada a vacinação de pessoas com COVID-19 aguda, até completarem a recuperação.
 
Por seu turno, Eduardo Samu Gudo, Director Geral Adjunto do INS, esclareceu dúvidas relativas à administração da vacina, focando-se nos doentes sintomáticos ou acometidos por outras patologias, sobre os quais referiu haver uma contraindicação na toma deste imunizante.

O MISAU reiterou que as vacinas contra a COVID-19 disponíveis em Moçambique são seguras e eficazes e evitam que o organismo da pessoa vacinada desenvolva formas mais graves da doença, tendo recomendado que todos os vacinados e os que ainda esperam para ser vacinados, devem continuar a implementar rigorosamente todas as medidas de prevenção da COVID-19, nomeadamente, lavar as mãos, usar máscara, manter distância de outras pessoas de pelo menos 2 metros e seguir os conselhos das autoridades de Saúde.