Moçambique está a enfrentar desde junho, a terceira vaga da pandemia da COVID-19.

Só nos primeiros sete dias do corrente mês, o nosso País já registou pouco mais de 7.081 (sete mil oitenta e um) casos de COVID-19 e 56 (cinquenta e seis) óbitos. Esta situação levou o Ministério da Saúde a emitir, em conferência de imprensa concedida pelo ministro Armindo Tiago, uma mensagem de alerta e apelo à sociedade para um mais eficaz cumprimento das medidas de prevenção
A situação que vivemos nestes primeiros dias do mês de Julho é mais grave que aquela verificada no início do mês de Janeiro”, começou por dizer Armindo Tiago, que acrescentou que “no mês de Junho foram registados seis vezes mais casos e duas vezes mais óbitos que no mês de Maio. Assim, o número de casos e óbitos que registamos nestes primeiros dias de Julho confirmam a tendência do aumento crítico da transmissão do novo coronavírus em Moçambique”.

Moçambique usa cinco indicadores para monitorar a pandemia e, estes, segundo o ministro da saúde, mostram um agravamento progressivo em todas as províncias do país, sendo que a Cidade de Maputo e, as Províncias de Maputo, Sofala, Manica e Tete têm alguns indicadores no nível vermelho, que é o nível mais alto de alerta.

Mais ainda: na África do Sul, Botswana, Namíbia, Zimbabwe e Zâmbia, países da região, onde a terceira vaga iniciou mais cedo que em Moçambique, vive-se actualmente uma situação epidemiológica e social dramática, caracterizada não só pelo aumento do número de casos, internamentos e óbitos, mas também de escassez de oxigénio para pacientes que necessitem de ser internados, registando-se óbitos, não apenas nos doentes mais graves, mas também em alguns doentes com sintomatologia inicialmente moderada.

De acordo com o ministro da saúde, os dados do nosso País, referentes às últimas semanas e a situação vivida nos países da região indicam que em Moçambique, esta terceira vaga será mais grave que as duas primeiras.
Se a tendência actual de agravamento perdurar, poderemos atravessar a uma situação dramática nas próximas semanas, com um número incomportável de casos, internamentos e óbitos por COVID-19. A nossa capacidade de internamento e de provisão de oxigénio para o tratamento de doentes poderá ficar esgotada em algumas províncias”, alertou Armindo Tiago.

 

A prevenção é a melhor “arma
Com a alta transmissão que se regista no País, o ministro da saúde reiterou a necessidade de com urgência, todos melhorarmos a implementação das medidas de prevenção, para evitar as piores consequências da terceira vaga, tendo lembrado que as medidas são as mesmas praticadas durante as duas vagas anteriores, nomeadamente, distanciamento físico de pelo menos 1,5 metros; uso correcto de máscaras para cobrir a boca e o nariz; etiqueta da tosse e do espirro; lavagem frequente das mãos com água e sabão, ou desinfecção com álcool.

Armindo Tiago chamou atenção para o facto de, tendo em conta o contexto de alta transmissão que Moçambique atravessa, poderem existir muitas pessoas infectadas nas comunidades. “As pessoas infectadas podem transmitir o novo coronavírus mesmo que não estejam a manifestar sintomas da doença”, lembrou, chamando depois atenção para o facto de nos locais de trabalho, no transporte público, na comunidade, no estabelecimento comercial ou no mercado, as pessoas que alí estejam, poderem estar infectadas pelo novo coronavírus e não manifestarem sintomas da doença.

Por essa razão, o ministro da saúde recomendou a observância de medidas como evitar a saída desnecessária de casa; evitar permanência em locais com aglomerados; nas saídas absolutamente necessárias, permanecer o mínimo de tempo possível fora de casa; em caso de contacto com alguém com COVID-19, cumprir com o período de quarentena e; em caso de o indivíduo estar com sintomas de COVID-19, cumprir com o isolamento domiciliar.

Outra recomendação deixada por Armindo Tiago e, tendo em conta a gravidade da situação epidemiológica, tem que ver com a necessidade de se evitar a realização de convívios e eventos sociais privados. “Quando falamos de convívios sociais privados referimo-nos a casamentos, aniversários natalícios, baptizados ou outro tipo de celebrações colectivas. Nestes ambientes, a transmissão do coronavírus é facilitada pela ausência de distanciamento físico, pelo não uso da máscara e pela interacção social intensa. Nestas semanas de alta transmissão, os convívios e eventos sociais podem originar um número muito alto de cadeias de transmissão, resultando na contaminação dos nossos entes mais queridos. Entendemos a necessidade que todos temos de querer conviver mais após tantos meses de restrições. Contudo, quanto mais cedo controlarmos a terceira vaga, mais cedo poderemos voltar às nossas interacções sociais e familiares”.

O ministro da saúde exortou às crianças, jovens e mulheres para que sejam exemplares no cumprimento das acções de prevenção e, actuem também como agentes de promoção da saúde e medidas de prevenção, no seio das respectivas famílias e comunidades, tendo terminado com um agradecimento especial aos profissionais de saúde pela dedicação e sacrifício durante a pandemia e, manifestado profunda solidariedade para com os mesmos, face às semanas de árduo trabalho que os esperam.

MISAU-DCI