O ministro da saúde, Armindo Daniel Tiago, anunciou esta Quinta-feira (06), em Maputo, o registo do primeiro caso de varíola dos macacos, no país.

De acordo com Armindo Tiago, que falava em conferência de imprensa, este caso resulta das acções de reforço da vigilância e da prontidão laboratorial, em curso, que permitiram testar, até o dia 5 de Outubro, um total de 49 casos suspeitos.

Foi neste universo de amostras onde se detectou um caso positivo. Trata-se de um indivíduo adulto, do sexo masculino, residente na Província de Maputo, em isolamento numa Unidade Sanitária da Cidade de Maputo. apresentando um estado geral satisfatório, decorrendo, neste momento, o processo de rastreio de todos os seus contactos, formação dos profissionais de saúde para o diagnostico e manejo dos casos; e acções de comunicação em saúde.

O caso apresentou-se à Unidade Sanitária no dia 4 de Outubro com história de febre, lesões cutâneas e viagem internacional recente. A amostra foi colhida no mesmo dia e levada ao Instituto Nacional de Saúde para diagnóstico por PCR”, explicou o ministro, que falou também dos principais sintomas da doença que são: início agudo de febre acima de 38 graus centígrados, dor de cabeça intensa, linfadenopatia (gânglios inflamados), dores nas costas, mialgia (dor muscular) e astenia intensa (cansaço), com progressão de erupção cutânea de 1 a 3 dias, frequentemente com início na face e depois espalha-se por todo o corpo, incluindo a planta dos pés e palma das mãos cutânea.

Por isso, o ministro da saúde aconselhou a todos os indivíduos que tiverem sintomas sugestivos da doença, a se dirigirem imediatamente à unidade sanitária mais próxima e, cumprir o isolamento enquanto aguardam os resultados da testagem laboratorial. Mais: apelou à sociedade a evitar o pânico, manter serenidade, evitar desinformação e recorrer sempre a fontes de informação oficiais do Ministério da Saúde para actualização em relação a doença no nosso país.

A varíola dos macacos é uma doença auto-limitada e a maioria dos casos resulta em cura. É pevenível através da observância das seguintes medidas: lavar frequentemente as mãos com água e sabão; evitar o contacto directo com pessoas ou animais infectados pela doença ou suspeitos e observar o distanciamento físico; evitar o contacto directo com superfícies e objectos contaminados.

A varíola dos macacos é uma doença endémica em alguns países africanos das regiões central e ocidental. O nome “vírus da varíola dos macacos” deriva do facto de o vírus ter sido identificado pela primeira vez em macacos, em 1958. Em humanos foi identificado pela primeira vez em 1970 na República Democrática do Congo.

Nos últimos meses do presente ano, o mundo tem vindo a registar surtos da varíola dos macacos em países não endémicos, com um aumento de casos de transmissão entre seres humanos.
Como resultado do aumento do número de casos em países não endémicos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a Varíola dos Macacos como Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional, a 23 de Julho de 2022.

Desde Janeiro de 2022 até o dia 3 de Outubro, foram notificados cumulativamente 68,900 casos e 26 óbitos em 106 países em todo o mundo. O continente Americano é o mais afectado, seguido da Europa e África.

Em relação ao continente Africano, no mesmo período foram registados um cumulativo de 714 casos e 13 óbitos em 9 países.



Na região da SADC, de que Moçambique faz parte, foram registados cumulativamente 195 casos na República Democrática do Congo (190) e na Africa do Sul (5), e agora em Moçambique (1). Não há, na região, registo de óbitos.

Entretanto, na mesma conferência de imprensa, o ministro da saúde apresentou o balanço dos primeiros nove dias da campanha de vacinação (iniciou a 27 de Setembro) contra a COVID-19, destinada aos adolescentes dos 12 aos 17 anos. Para já, até ontem (05), foram vacinados 3,177,896 adolescentes e jovens, o que corresponde a uma cobertura geral de 66% deste grupo, que é de 4,801,544 indivíduos desta faixa etária.

Armindo Tiago terminou a sua intervenção apelandos aos pais e encarregados de educação a encorajarem aos seus filhos e educando a aderirem à vacinação, cuja administração da primeira dose termina no próximo dia 11 de Outubro.


MISAU-DCI